Wednesday, February 21, 2007

Fênix


Recomeços são mais difíceis que começos.
Não, não li isso em um bolinho da sorte.
Digo por experiência de quem já recomeçou dietas, projetos, amizades, carreiras, blogs e outros artigos em geral. Mesmo que seja algo legal - como voltar às minhas aulas de canto, o que eu não tenho idéia quando ancontecerá, mas vai- ainda assim é complicado.
Retomar algo que foi deixado de lado sempre é difícil porque, em algum nível, você tem que lidar com o motivo pelo qual a "coisa" foi abandonada.
Se era um problema, terá que finalmente resolvê-lo ou conviver com ele.
Se era uma pessoa, ela estará de volta em sua vida ou ao menos em seu pensamento, pro melhor e pro pior.
Se for algo que você deixou de lado por acreditar que não era mais o tipo de pessoa que fazia aquele tipo de coisa, terá de explicar (ou entender) como ou porque você mudou, e como ou porque voltou atrás.
Enfim, é complicado, e complica ainda mais...

Recomeçar é difícil por causa do paradoxo temporal. (???)

PAUSA!!
VÁ AO BANHEIRO.
TOME UM CAFÉ. (CASO VOCÊ NÃO BEBA CAFÉ, ESTA É UMA ÓTIMA CHANCE DE COMEÇAR.)
COMA UM CHOCOLATE (OU UMA DAQUELAS MALDITAS BARRINHAS DE CEREAL)

. . .

PRONTO.

AGORA RESPIRE FUNDO E RECOMECE SUA LEITURA.

FOUR...

THREE...

TWO...

ONE...

. . .


Ao retomar algo que deixou para trás, você é, de alguma forma, transportado no tempo para aquele momento no qual deixou de fazê-lo. Contudo, você não é mais o mesmo. O tempo passou, e sua cara, seu corpo, suas crenças e até seu cabelo não são mais os mesmos. E agora há dois de você vivendo naquele mesmo segundo. Paradoxo temporal!
E é nesse instante do recomeço que se dá o choque, o encontro deste "eu" com aquele outro "eu", tão igual e tão diferente. As consequências são sempre diversas e imprevisíveis, podendo variar de um friozinho na barriga à total e completa destruição do espaço-tempo-contínuo como nós o conhecemos. (Quem assistiu "De Volta para o Futuro II" sabe do que eu estou falando, e sabe que é sério.)
Contudo, não é minha intenção desencorajar aquelas bravas almas que pretendem retomar suas aulas de Oboé, ou reatar aquela amizade que andava esquecida, ou mesmo recomeçar aquele regime (na próxima segunda feira, claro). Muito pelo contrário...
Recomeçar é uma excelente oportunidade de descobrir mais sobre si mesmo.
É claro que dá medo. E às vezes chega a parecer que será o fim do mundo (o que não é totalmente impossível, como já discutimos acima e vimos em "De Volta para o Futuro II), mas, lembrando que não há aprendizagem significativa em uma zona de conforto (valeu, Vigotzky), no final acaba sendo uma experiência de auto-conhecimento.
Tem gente que fala que essa vida é uma só. Não quero nem vou entrar no âmbito de discussões filosófico-religiosas (cada um na sua), mas me sinto seguro o bastante para afirmar que vivemos várias vidas sobrepostas, pois cada vez que recomeçamos algo, deixamos de ser exatamente quem éramos antes, e (por que não?) renascemos, de certa forma.
Logo, recomeçar é uma ótima chance de se reinventar e se redescobrir.
E, se não podemos nos dar ao luxo de ressurgir de nossas próprias cinzas, sempre poderemos recomeçar...

Good enough for me.

Wednesday, November 10, 2004

amigos...

impagáveis,
e introcáveis,
e inseparáveis,
e insuportáveis,
e imprestáveis,
mas imprescindíveis...

Porque certas amizades duram mais do que casamentos?
Porque às vezes confessamos à um amigo algo que não admitimos nem sequer à nós mesmos?
Não se iludam se pensam que esse é um post meloso e sentimental sobre o inestimável valor da amizade... longe disso. Cada um tem seus amigos e sabe o valor que eles tem.
Mas, analisando em nível mais profundo... pode-se concluir que amigos são um produto de nossa evolução como animal-social.
Das cavernas às megalópoles, o homem percorreu um longo caminho no qual as interrelações entre os membros da espécie evoluiram para níveis cada vez mais complexos. De grandes grupos comunitários passamos a virer numa intrincada rede de pequenos núcleos que estão constantemente se formando, se desmanchando, se unindo e se quebrando: as famílias. Entretanto, a complexidade inerente à tamanha zona é mais que suficiente pra foder com a cabeça de qualquer um. Famílias são boas em diversas formas, e pode-se inclusive afirmar que delas depende nosso sucesso como espécie dominante no planeta.
Mas tudo vem a um preço... cedo ou tarde sua família vai te deixar louco, insano, absolutamente catatônico. E aí entra a mágica do processo evolutivo. Nossa sociedade desenvolveu um mecanismo de proteção para impedir que nossas famílias nos enlouqueçam: os amigos. São estes indivíduos que tem como função aliviar toda a pressão e toda a tensão a que nossa vida "familiar" nos submete. Eles são a válvula de escape da loucura. E prova simples disso é o fato de que sempre que um amigo se torna parte integrante de sua família acaba dando merda. Imagine por um instante seu melhor amigo(a) se casando com sua irmã ou seu irmão... mas faça isso só por um instante, senão vc irá arruinar o seu dia.
Concluindo...
Devemos a nossos amigos muito mais do que as boas risadas,...

... os momentos inesquecíveis...

... e as melhores histórias que temos pra contar.

Devemos a eles nossa sanidade.
Por mais insano que isso possa parecer.

Monday, November 08, 2004

Olá a todos.
Esse blog é essencialmente a materialização de uma idéia em branco.
Não posso adiantar que tipo de serviço ou deserviço ele prestará a vocês ou a mim. Mas isso me traz uma sensação de otimismo, pois tenho descoberto que as coisas tendem a dar errado quando demasiadamente planejadas. A bem da verdade, no primeiro momento em que se idealiza algo, o que se faz é predestinar como falha todo e qualquer resultado que não seja aquele que se previu, o que nos impede de admirar e nos surpreender com os caminhos deliciosamente improváveis que tomam as coisas quando simplesmente as deixamos à mercê do caos que rege nosso mundo quer queiramos, quer não. Não sei quanto a vcs, mas planos às vezes me assustam. Por isso prefiro deixar que esse blog se crie sozinho, como uma boa história, uma boa piada ou um bom personagem de RPG.
Para aqueles que já me conhecem, espero que esse blog lhes mostre que na verdade não me conheciam tão bem como pensavam.
Para aqueles que não me conhecem, por favor me conheçam pessoalmente. Prefiro acreditar que seja muito mais interessante ao vivo do que por intermédio de um punhado de caracteres brilhando numa tela de computador.

Por hoje é só, pessoal. Qualquer hora dessas eu escrevo sobre alguma coisa que algum um de vcs possa achar interessante. Não faço promessas, mas vale lembrar que Professor de Inglês, jogador de RPG, homem chegando perigosamente perto dos 30 (e perdendo cabelo) e amigo de figuras absolutamente impagáveis geralmente têm muita história engraçada pra contar.